**Presidentes de clubes criticam CBF e federações:clamor por voz no futebol brasileiro**
Recentemente, um grupo de presidentes de clubes de futebol do Brasil expressou sua insatisfação em relação à falta de diálogo e participação nas decisões da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e das federações estaduais. Em meio a uma crise que se arrasta por vários anos e que afeta a credibilidade e a estrutura da modalidade em nível nacional, os clubes pedem uma revisão urgente na forma como as decisões são tomadas no esporte.
Durante uma coletiva de imprensa, os presidentes demonstraram frustração com o cenário atual, onde as visões e preocupações dos clubes parecem ser sistematicamente ignoradas nas deliberações que afetam o dia a dia do futebol brasileiro. Os líderes alegam que o futebol é um produto que depende diretamente da opinião dos clubes e de seus torcedores, e, por isso, é fundamental que se estabeleça uma comunicação eficaz entre as entidades reguladoras e as equipes que estão na linha de frente da competição.
Um dos pontos mais críticos abordados pelos presidentes foi a falta de transparência e a ausência de um processo colaborativo que permita às instituições de futebol contribuir ativamente para o desenvolvimento de normas e diretrizes que regem os campeonatos e competições. Diversos dirigentes enfatizaram que, sem a inclusão dos clubes, haverá um descompasso que poderá levar a mais crises no futebol nacional.
Além disso, os presidentes também levantaram questões sobre a distribuição de recursos e como as decisões administrativas impactam a gestão financeira dos clubes. Nas últimas temporadas, muitos times enfrentaram dificuldades financeiras agravadas por improvisações e decisões tomadas sem uma consulta prévia ao que os clubes realmente precisam. Essa falta de diálogo resulta não apenas em problemas financeiros, mas também em complicações no desempenho dos times, uma vez que os investimentos e as estratégias de longo prazo dependem de um planejamento bem estruturado.
As críticas se estendem a maneira como os campeonatos são organizados e ao próprio calendário do futebol brasileiro, que frequentemente é alvo de reclamações por sua falta de lógica e previsibilidade. A insatisfação com as datas e horários dos jogos impacta tanto os torcedores, que desejam acompanhar suas equipes, quanto os próprios atletas, que têm que se adaptar a mudanças constantes que nem sempre estão claras.
Os presidentes concordam que o primeiro passo para mudar esse cenário é a formação de um fórum permanente onde clubes, CBF e federações possam se reunir e discutir soluções para os problemas enfrentados. Um espaço onde as ideias e preocupações sejam valorizadas é vital para que possamos evoluir como nação do futebol. A união dos clubes em torno de um objetivo comum é essencial para pressionar as instâncias superiores a ouvirem suas demandas.
A falta de apoio e investimentos estruturais foi outro ponto levantado por esses dirigentes. Além de uma competição justa, é necessário que as entidades responsáveis pelo futebol oportunizem condições adequadas para a prática do esporte em todos os níveis, desde as divisões inferiores até a elite. A necessidade de modernização das infraestruturas dos clubes, campos de treinamento e instalações esportivas é uma questão urgente que deve ser discutida em conjunto, pois essas são as bases para o desenvolvimento de jovens talentos e para o fortalecimento do futebol brasileiro.
Diante desse panorama desafiador, a esperança é que as vozes dos clubes, que representam uma parte significativa da história e cultura do futebol nacional, sejam finalmente ouvidas pela CBF e pelas federações. Tal mudança não somente beneficiaria a própria modalidade, mas também poderia impactar positivamente a relação dos torcedores com o futebol, uma vez que estes passariam a se sentir mais próximos da gestão e das decisões que afetam seus clubes do coração.
A mobilização dos presidentes demonstra que é possível, a partir do diálogo, transformar o cenário atual. Ser ouvido é um direito básico e essencial para qualquer parte envolvida em um processo. Portanto, é hora de que CBF e federações façam um esforço genuíno de inclusão, pois o futuro do futebol brasileiro depende da sinergia entre todas as partes interessadas, e a união de esforços pode resgatar a paixão e a grandiosidade que sempre foram características do nosso futebol.