O treinador Hélio dos Anjos levantou uma questão importantíssima no contexto do futebol: o etarismo. Em uma recente declaração, ele destacou como a idade dos atletas pode influenciar as oportunidades de trabalho e o reconhecimento recebidos dentro deste esporte tão popular. À frente da equipe do Náutico, Hélio defendeu a ideia de que a capacidade e o talento não devem ser avaliados exclusivamente pela idade, e sim pela performance e pela experiência acumulada ao longo dos anos.
Os preconceitos ligados à idade podem ser uma barreira significativa para muitos profissionais, especialmente em um meio onde frequentemente se privilegia a juventude em detrimento da experiência. O futebol, assim como qualquer outra esfera da vida, deveria ser um campo onde todos têm as mesmas oportunidades, independentemente de quantos anos tenham. Hélio apontou que muitos atletas mais velhos ainda possuem muito a oferecer, com habilidades afiadas e conhecimentos que, em muitos casos, só são adquiridos através do tempo e da prática.
É evidente que as pessoas têm diferentes ritmos e trajetórias em suas carreiras. Jogadores que podem ser considerados “veteranos” frequentemente têm uma visão de jogo mais aguçada e uma habilidade de tomar decisões sob pressão que pode ser inestimável para suas equipes. O técnico do Náutico defendeu que essas qualidades não devem ser menosprezadas, pois elas podem ser determinantes em momentos críticos de uma partida.
Além disso, Hélio dos Anjos trouxe à tona outro aspecto interessante: o papel que os atletas mais experientes podem desempenhar na formação de novos talentos. A transferência de conhecimento e experiência entre gerações é fundamental para o desenvolvimento do esporte. Jogadores mais jovens podem aprender muito com aqueles que têm mais bagagem, tanto em termos técnicos quanto em aspectos psicológicos e de gerenciamento de pressão em situações de jogo.
Infelizmente, é comum observar que muitos clubes priorizam signatários mais jovens, muitas vezes em função de uma crença errônea de que a juventude é sinônimo de qualidade e potencial. Isso acaba limitando as oportunidades para jogadores cuja carreira pode ainda ter muitos capítulos pela frente, desde que sejam dadas chances justas e adequadas. Hélio fez um apelo em favor de uma mudança na mentalidade do futebol e na valorização da experiência, sustentando que todos os jogadores, independentemente de sua idade, merecem ser ouvidos e considerados.
Este cenário de discriminação etária não afeta apenas os jogadores, mas também incorpora questões estruturais dentro dos clubes e das federações. Existe uma necessidade urgente de uma abordagem mais inclusiva que considere o valor que cada indivíduo pode agregar ao grupo, independentemente de sua fase de vida.
O ambiente do futebol deve ser um reflexo da diversidade e do respeito às diferentes etapas de carreira. Assim, os clubes têm o dever de adotar práticas que reconheçam e valorizem cada jogador, promovendo um ambiente saudável e colaborativo. Isso não apenas enriquecerá o esporte, mas também proporcionará uma atmosfera em que os atletas se sintam seguros e valorizados.
No final das contas, a mensagem de Hélio dos Anjos transcende o campo e toca questões sociais mais amplas. O etarismo, infelizmente, é uma realidade não apenas no futebol, mas na sociedade como um todo. A luta contra esse preconceito é uma questão de justiça e igualdade, e o esporte pode ser um catalisador para provocar a reflexão e a mudança de paradigmas.
Portanto, a discussão proposta por Hélio deve ser encarada com seriedade. Criar um ambiente onde as contribuições de todos são valorizadas, independentemente de sua idade, significa um passo à frente para melhorar não apenas o futebol, mas a sociedade em geral. Essa é uma oportunidade de plantar as sementes de uma nova cultura no esporte, onde cada atleta, a qualquer que seja sua idade, tem a chance de brilhar em sua própria trajetória. É fundamental que todos nós, como amantes do futebol, estejamos atentos a essas questões e que cada um faça a sua parte para garantir que o futebol continue sendo um espaço inclusivo e justo.